Alice: A Saga XVI
Parte XVI: Alta competição
Alice começara a trabalhar na agência em Campo de Ourique e após a formação básica e algumas sessões de motivação, entrou em campo. Depressa descobriu que a competição era levada aos absolutos mais extremos. As mulheres, em particular, eram impiedosas, e as que não eram não duravam muito tempo. Havia nove correctores a trabalhar na agência e sete eram mulheres. Das sete, três andavam a ser comidas pelo director, e a mulher deste andava a ser comida pelos dois elementos masculinos e por mais três de outras agências. As restantes não pareciam hesitar em usar descaradamente a sedução ou mesmo o corpo, para obter negócios.
Isto é o paraíso, pensou Alice ao fim de uma semana. Posso foder desalmadamente e ganhar muito dinheiro ao mesmo tempo. As angariações de imóveis sucediam-se e em breve Alice fazia o seu primeiro negócio. Um árabe em busca de um apartamento de luxo na Lapa. O árabe convidara-a para jantar, para celebrar o negócio e Alice aceitou naturalmente. O homem falava bom português pois vivera anos no Brasil. O jantar teria lugar no Valle Flôr, o restaurante do Pestana Palace, e Alice estava preocupada com o levaria vestido. Tinha muita coisa por onde escolher, mas não queria ir ao Pestana com ar de puta barata. O problema foi-lhe resolvido nesse mesmo fim-de-tarde, pois ao chegar a casa tinha um enorme Mercedes com motorista à espera com um conjunto de caixas marcadas com o logotipo de um conhecido estilista internacional.
Yves Saint-Laurent? Foda-se, exclamara mentalmente Alice. O motorista transportara as caixas para o apartamento e comunicara-lhe que ficava a aguardá-la no carro. O jantar estava marcado para as 21:30 dessa noite.
Sozinha no quarto, Alice começou a abrir as caixas. Um estonteante vestido de noite preto sem costas, de alças a rodear o pescoço, sapatos de salto alto a condizer, um sortido de meias, soutiens e cuecas, colar e brincos de ouro puro, diversos perfumes, um par de conjuntos de maquilhagem topo de gama, e uma echarpe de um branco imaculado. Tudo dos tamanhos certos, cores e estilos perfeitos para si.
Como é que este gajo pôde saber tanto a meu respeito em menos de uma hora? Alice estava siderada mas extremamente agradada com as ofertas. Tomou banho, maquilhou-se, vestiu-se, olhou-se no espelho e disse em voz alta:
- Isto é como uma verdadeira puta fina deve parecer.
Daí em diante, e até chegar ao restaurante, tudo decorreu como num sonho. A sua entrada fez virar cabeças, e provocou olhares apreciativos. Foi conduzida à mesa do árabe, que se ergueu da cadeira para a receber. Sentadas à mesa encontravam-se outras três mulheres com um aspecto deslumbrante.
- Está maravilhosa, Alice – disse o árabe. – Bem-vinda ao meu harém privado. Gostaria que fizesse parte dele esta noite.
Alice levou alguns segundos a processar as implicações mas depressa recuperou a compostura.
- Com todo o prazer – respondeu.
Alice começara a trabalhar na agência em Campo de Ourique e após a formação básica e algumas sessões de motivação, entrou em campo. Depressa descobriu que a competição era levada aos absolutos mais extremos. As mulheres, em particular, eram impiedosas, e as que não eram não duravam muito tempo. Havia nove correctores a trabalhar na agência e sete eram mulheres. Das sete, três andavam a ser comidas pelo director, e a mulher deste andava a ser comida pelos dois elementos masculinos e por mais três de outras agências. As restantes não pareciam hesitar em usar descaradamente a sedução ou mesmo o corpo, para obter negócios.
Isto é o paraíso, pensou Alice ao fim de uma semana. Posso foder desalmadamente e ganhar muito dinheiro ao mesmo tempo. As angariações de imóveis sucediam-se e em breve Alice fazia o seu primeiro negócio. Um árabe em busca de um apartamento de luxo na Lapa. O árabe convidara-a para jantar, para celebrar o negócio e Alice aceitou naturalmente. O homem falava bom português pois vivera anos no Brasil. O jantar teria lugar no Valle Flôr, o restaurante do Pestana Palace, e Alice estava preocupada com o levaria vestido. Tinha muita coisa por onde escolher, mas não queria ir ao Pestana com ar de puta barata. O problema foi-lhe resolvido nesse mesmo fim-de-tarde, pois ao chegar a casa tinha um enorme Mercedes com motorista à espera com um conjunto de caixas marcadas com o logotipo de um conhecido estilista internacional.
Yves Saint-Laurent? Foda-se, exclamara mentalmente Alice. O motorista transportara as caixas para o apartamento e comunicara-lhe que ficava a aguardá-la no carro. O jantar estava marcado para as 21:30 dessa noite.
Sozinha no quarto, Alice começou a abrir as caixas. Um estonteante vestido de noite preto sem costas, de alças a rodear o pescoço, sapatos de salto alto a condizer, um sortido de meias, soutiens e cuecas, colar e brincos de ouro puro, diversos perfumes, um par de conjuntos de maquilhagem topo de gama, e uma echarpe de um branco imaculado. Tudo dos tamanhos certos, cores e estilos perfeitos para si.
Como é que este gajo pôde saber tanto a meu respeito em menos de uma hora? Alice estava siderada mas extremamente agradada com as ofertas. Tomou banho, maquilhou-se, vestiu-se, olhou-se no espelho e disse em voz alta:
- Isto é como uma verdadeira puta fina deve parecer.
Daí em diante, e até chegar ao restaurante, tudo decorreu como num sonho. A sua entrada fez virar cabeças, e provocou olhares apreciativos. Foi conduzida à mesa do árabe, que se ergueu da cadeira para a receber. Sentadas à mesa encontravam-se outras três mulheres com um aspecto deslumbrante.
- Está maravilhosa, Alice – disse o árabe. – Bem-vinda ao meu harém privado. Gostaria que fizesse parte dele esta noite.
Alice levou alguns segundos a processar as implicações mas depressa recuperou a compostura.
- Com todo o prazer – respondeu.
5 years ago